2 de abril de 2009

Historia do Algarve - A Influencia Arabe

Herança Árabe
Influências de outros mundos
Durante séculos, viveram no Algarve povos bárbaros e romanos, mas foram os árabes que mais influenciaram e caracterizaram a região. Quinhentos anos – do século VIII ao século XIII – de domínio muçulmano, que deixaram heranças culturais, toponímicas, arquitectónicas, económicas e sociais que prevalecem na memória e que a História teima em preservar.
Da presença muçulmana no Al Garb, que em árabe significa “a ocidente”, apenas se fizeram esquecer os vestígios religiosos, para que o cristianismo ocupasse o seu lugar. As mesquitas foram substituídas por igrejas católicas, restando hoje apenas três modestos morabitos em Alvor – os únicos templos islâmicos que chegaram aos nossos dias, apesar de adaptados a capelas e a uma sacristia da igreja matriz.
A passagem dos mouros pelo sul do país deixou, no entanto, muitos outros testemunhos, nomeadamente no nome das povoações - Alferce, Albufeira, Alcoutim, Alcantarilha, Aljezur – e noutras palavras começadas por “al”. A arquitectura das casas mantém a influência árabe, especialmente nas açoteias que substituem os telhados, na forma cúbica dos edifícios, nas platibandas que decoram as fachadas, na cal branca das paredes e nas rendilhadas chaminés.
A herança muçulmana é ainda evocada em diversos monumentos, como testemunham os preservados castelos de Silves, Paderne e Salir ou as fortificações e muralhas adaptadas de Alcoutim, Tavira, Loulé, Aljezur e Faro.
Em relação a este legado, a arqueologia tem vindo a recolher materiais que permitem desvendar a vida quotidiana das comunidades mouriscas no Algarve, tendo já sido recolhidos espólios que podem ser observados nos vários museus da região.
Os engenhos de água – noras, cisternas e açudes – que continuam a colorir a paisagem, as técnicas agrícolas e as artes da pesca que passam de geração em geração, as lendas de mouras encantadas e histórias populares, que os antigos gostam de contar, e a queda para o negócio, estimulada pelas relações comerciais com o Norte de África, são outras provas da passagem dos árabes por aqui, que ainda hoje podem ser observadas.


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